Um dueto na beira da ponte

Quando eu morrer
Queime minha coisas
Porque não enterra-las com você?
Toque fogo e jogue as cinzas ao vento
O vento que as leva
As trará de volta
Tipo esse sentimento sem fim
Escrito num papel
E passado para minha lápide
Feita de tudo aquilo que eu vivi
Momentos escuros
Raios e trovões
Eu sinto que eu me livrei
De várias desilusões
Me sinto vivo de verdade
Deitado dentro de um caixão
Eu sei lá me sinto tão vivo
Eu vivi tanto tempo morto nessa cidade
Olhando tudo da beirada da ponte
Dando um trago
Vendo o azul queimar
Com medo de cair
Mas querendo voar, pular
Queimar também como o azul
As vezes me perco nas curvas da morte
Só de te olhar
Quem é a morte?
Seus olhos, um riso
Sua voz calma
Me dizendo “relaxa”
Do jeito mais retardado possível
Relaxa
Resumindo, você é a morte
A morte que tá na fumaça
Do meu trago no cigarro
Me perdi nessa lombra toda
Ouço sorrisos
Tão retardados
Me dá uma vontade tão boba de rir
Mas de um jeito tão errado
Me perdendo em outros pensamentos
Olhando pro rio
Me encontro num universo paralelo
A loucura em olhos claros
Claros como a água
Mortais como a morte
Morte essa que me deixa tão vivo
Vida essa que me deixa tão morto
Não, não, não
Será? São só mordidas
Sorrisos de canto
Perdidos no negro da noite
São olhos, só olhos
Seus olhos, olhos vazios
Olhos da morte
Seu vazio me completa.

Estefany Melo // Fabrício Alves

Revirando minha caixa de poesias

A noite tá maravilhosa porque virou do avesso
Em alta velocidade não estou mais ficando cego
Com o passar da idade
Tô olhando os anúncios boquiaberto, o susto deles é meu
A cidade toda se desatarrachou e virou floresta
Tô encharcado de combustível, posso pegar fogo a qualquer momento
Ficar aceso no meio da noite, molhado e sedento, cheio de paradoxos tóxicos
De perguntas que revirei do avesso e esqueci de responder
Não sei mais pra onde ir só sei ir pra longe
Cuspo minhas palavras antes do tempo pra elas não ficarem flácidas
A noite era ontem, hoje eu me atrasei
Perdi tempo, perdi fôlego, perdi gasolina
Tô perdendo meu pulso no pulso desse texto
Minha garganta tá áspera, minha saliva tá fina
Tô querendo tatuar meu braço todo de preto pra me proteger do fim do mundo
Tô chupando uma bala de revólver que enlouqueceu, e mesmo assim continuo tímido
Meu avião quase deu meia volta, íngreme
Fazendo as luzes da cidade apagarem todas ao contrário
Me protejo das luzes da cidade como de um enxame de abelhas
Leio meus cadernos dentro do ponto de ônibus e vejo que minhas letras ficaram vesgas
.

TOM

[ Sempre leio essa pequena lembrança, sinto uma imensa saudade das nossas manhãs casa do rio, saudade grande amigo!]

Uma força pro mano

Salve família, bom dia , passando aqui pra pedir na humilde pra vocês escutar meu som , disponível no YouTube, curti , compartilha e viaja na vibe, essa obra representa muito pra mim, representa minha cidade e os beiradão com suas lindas paisagens, um amor em especial pelo ( tupaninha) quem conhece sabe e é isso, agradecer ao Jhon que fez o beat, fortalece lá família, forte abraço!

Eliell Trip

Leve fragmento

Olho pra dentro de mim, há apenas um lugar escuro
Não sei exatamente o que procuro, mas vejo
É um anjo ou o quê?
Não voa, apenas flutua e me pergunto por que
Por que suas asas negras, desenhadas com canetas coloridas parecem imóveis
Seus pés mal tocam o chão mas sinto o peso de sua alma
E sua aura escorre
Tão líquida quanto o sólido que forma o medo
Estamos caindo
Mas tudo gira em câmera lenta
Rachando o chão que eu pensava existir
Fragmentando o reflexo de nós mesmos
Meus pés mal tocavam o chão
E minha aura escorria
Tão líquida quanto o espelho que se partia
Levando o reflexo daquelas asas que agora eram minhas
Minhas asas coloridas desenhadas com giz de cera branco
Não, não era um anjo
Mas meu fragmento sorria
E então tudo era noite com o mesmo brilho de um dia
A alma pesava porque era leve demais pra segurar
E as asas já não se viam imóveis
Porque dessa vez eu sabia que podia voar
.

Estefany Melo

Porque tão longe?
Bem onde o sol se esconde
Me desculpe querida
Eu só sei pensar em você

Eu passo o dia pensando e seus
Lindos sorrisos me cura
Eu juro, pra mim é o paraíso
Ben o que eu sinto por você

Vai além desse corpo sujo
Um sentimento que é tão surreal
Menina do jeito estranho
Sua falta me faz tanto mal

Moça eu lembro de nós dois juntos
Naquele lugar tão calmo
Deitados na rede trocando carinhos
Fazendas caminhos que talvez a gente…

Eu olho as suas fotos e dou um sorriso de saudades
Um aperto que me invade
Sua alma me toca, moça eu não quero jurar nada
Mas isso você já sabe

Hoje olhei suas fotos menina
O peito gritou de saudades
Um cigarro aceso, uma sensação ruim
Como se eu fosse te perder

Mas hoje só me beije, me abrace,
Que eu lhe peço aceita namorar comigo
Se sim te levo comigo ou vou com você
Te amo tanto que nem eu sei como descrever

Saudades do fundo da alma
Hoje veio mas forte que ontem
Mas quero que saiba menina eu odeio amar você
A palavra que me prendeu a você

No dia de lua cheia
Foi assim não quero mas saber dela
Eu te disso olhando nos olhos, você quer namorar comigo
E você olhou em meus e disse “se você quiser eu quero”

Isso me marcou muito
Mas uma certeza é essa eu amo odiar você
Eu e você a noite num lugar a sós
O filme passa na tela e a gente se aquecendo
Debaixo dos lençóis

Fabrício Alves

* * *

A cada segundo um batimento, não
Acada segundo velocidade de amar no coração
Sem nexo
Mundo complexo
Apenas status
Pessoas sem afeto
Algumas matando fetos
Ainda é tempo
Não tô falando da sua time line
Volocidade da morte
É igual minha sorte
Rompendo o time
Religião penerando
Grãos que passaram ,ovelhas negras pelos cantos
Eu ainda canto
A senhora e seus prantos
Overdose é pecado
Uma dose pro santo
Cristo pregado na cruz
Por sua própria criação
Deve ser por isso que pastores ainda fazem pregação
Duplo sentido
Desentendido igual Eva e Adão
Poesia é a maçã
Um pecado pra evolução
Bíblias e oração
Falam ,somos de cristo e não aprenderam o perdão
Ando perdendo o medo, o meu Deus é preto
Negro de alma, e trazendo luz
Se Cristo fosse branco e bem vestido
Não teria sido pregado na cruz
Ainda tocando o teto
Faminto pela verdade
Mundo famindo pela vaidade
Caótico , nublado e cinza ,como as ruas das cidades
Me diga se entende de pecado
Admitir erros é difícil
É ruim ser apedrejado
Traição vem com um beijo de quem tava do lado
“Trinta moedas ” mais um comprado
Mortos de espírito
Indo pro trabalho
Quem sou eu pra jugar ? até respirando sou falho
Se ame , valorize a vida
Viva sem tempo pra morte
Seu universo particular e belo , só sua mente cria
Abraço meus vultos, ainda de dia
A noite preenche , o vazio suicida
Até amo você , mas amo o rap mais ainda
Minhas desilusões e suas garras
Sou a Overdose do Kurt e solos mortos de sua gritarra
o universo é a
Minha CASA
Hoje acordei pra viver
Não quero entender
E nem é preciso
tô sem tempo pra morrer
Tô Amando não ter Juízo
Transformamos Eden no inferno
Agora todos querem um paraíso.

Elliel.

Poesia sóbria

Ontem a noite eu bebi
Cai, levantei, sorri, me despi
Fiquei nua da minha vergonha no meio do povo
Andei no meio da larva quente com a risada no rosto
E todo mundo ficava encarando, “meu Deus que cara louco”
Andei cambaleando pelas linhas do futuro
Baguncei tudo, usei as estrelas pra fazer meu rascunho
Eu dirigi um cometa, ele bateu de frente com o planeta Marte
Meus Deus, por favor alguém me mate
Eu destruí Marte
Caminhei sobre suas cinzas
Por favor me dê minha sina
Não aguento ouvir o sofrimento dessa menina
Que ecoa por todo o espaço sideral
Pegando fogo, em chamas como um ardente amor carnal
Amor inocente, amor real, Leal, brutal
Eu desci preso pelos pulsos com a minha corrente do mal
Minha cama me engoliu anunciando meu final
A noite, Meu carrasco, me sorria dizendo “foi mal”
A culpa foi me deixando sóbria
Diluindo tudo o que eu fiz de anormal
Com o novo dia que vinha
A nova liberdade que eu tinha
O ruim, pra tristeza do povo,
Era que na próxima noite eu faria tudo de novo.

Estefany Melo